Lançada campanha contra usinas nucleares na região do rio São Francisco.

Antônio Galdino
Há exatamente um ano, em 24 de março de 2011, uma matéria jornalística publicada na net e creditada à Agência Brasil, dizia que “Construção de usinas nucleares no Nordeste pode ser revista”.
O assunto veio à tona depois do “acidente nuclear ocorrido há duas semanas na Usina de Fukushima, no Japão".
Nessa matéria, "o governador do Piauí, Wilson Martins (PSB), dizia que projeto a cargo do Ministério de Minas e Energia deve ser repensado".
"O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), também já havia mencionado, em nota, a necessidade de o país rediscutir a expansão da matriz nuclear com segurança.
“A pretensão do estado de Sergipe em disputar a instalação de uma usina no nosso território pressupõe garantias plenas de segurança das instalações. Sem essas garantias, não há como defender tais empreendimentos”, afirmou o governador, cuja preocupação recebeu o apoio inclusive do setor produtivo sergipano
".
"O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também tem repetido que a população pode ficar tranquila pois qualquer decisão quanto à instalação de novas usinas deve demorar ao menos quatro anos, tempo suficiente para que os aspectos de segurança sejam discutidos."
O então "ministro da Ciência e Teconologia, Aloizio Mercadante, assegurou que o Brasil não tem pressa para construir novas usinas e, quando isso ocorrer, será muito mais rigoroso na questão da segurança das novas instalações, em conformidade com os novos padrões adotados internacionalmente após a tragédia japonesa".
"A cidade pernambucana de Itacuruba, a 460 quilômetros da capital, Recife, foi apontada pela Eletronuclear como uma das melhores opções para a instalação de uma usina nuclear no Nordeste.” (Veja mais desse texto, no final desta matéria)
QUAL A OPINIÃO DESTAS PESSOAS HOJE? E QUAL A SUA OPINIÃO?
Agora, dezenas de instituições se unem contra a instalação de usinas nucleares nas margens do rio São Francisco e buscam mais parceiros nesta caminhada.
Encabeçado pela Agendha, o movimento reúne dezenas de associações, dentre elas o Forum Territorial de Itaparica, cuja área da atuação engloba 13 municípios dos estados da Bahia e Pernambuco, vários Conselho Municipais e Regionais como o de Turismo, Meio Ambiente e de Segurança Alimentar, de Paulo Afonso, Direitos da Mulher, as Lojas Maçônica Liberdade e Glória, de Glória e a União do São Francisco, de Paulo Afonso, a Prefeitura Municipal de Glória, Nectas/UNEB, além de associações e cooperativas de Olho D´Água do Casado, Conceição das Crioulas, Canudos, Uauá e Curaça, dentre muitas outras.
Em documento “contra a implantação de usinas nucleares na região do rio São Francisco, no Nordeste, no Brasil e no Mundo” são apresentadas várias outras alternativas para a produção de energia como “a luz solar, ventos, rios, biomassa, biocombustíveis, marés e fontes geotérmicas suficientes para o atendimento de todas as necessidades energéticas”, com a ressalva de que “todas essas fontes são seguras, mais ecológicas e de custos mais baixos”.
Há anos, ainda na gestão do Prefeito Abel Barbosa, entre 1979 e 1985, o Raso da Catarina havia sido escolhido como depósito de lixo atômico. O grito da população chegou ao jornal do Brasil que em matéria de página inteira levou ao mundo esse levante contra isso e o projeto não foi realizado.
O assunto é muito sério e precisa ser discutido por todos os municípios nordestinos, principalmente aqueles que estão às margens do rio São Francisco. Prefeitos, vereadores, deputados e as populações de toda essa região precisam estar atentos e unidos na defesa da região e dos milhões de habitantes que nela vivem.
O tema estará sendo discutido por estudiosos brasileiros convidados da Maçonaria, Loja Liberdade e Glória, no Memorial Chesf, na manhã do dia 14 de março.
Os que desejarem participar desse movimento podem enviar email paraagenda@agenda.org.br onde terão mais informações para o preenchimento de formulário de adesão que deve ser enviado para a Rua Califórnia, 12 – Quadra C – BNH – CEP 48605-148 – Paulo Afonso-BA

Veja o texto da campanha contra a instalação de usinas nucleares, na íntegra e os que já aderiram à esta luta.

O Brasil tem disponibilidade de luz solar e ventos em todos os dias do ano, rios, biomassa, biocombustíveis, marés e fontes geotérmicas suficientes para o atendimento de todas as suas necessidades energéticas. Todas estas fontes são seguras e podem ser cada vez mais ecológicas e de custos mais baixos, com disponibilidade descentralizada e com cada vez mais reduzida quantidade de emissão de carbono.
Qualquer país se tornaria superpotência tendo as condições que o Brasil tem sem precisar em nenhum momento ter que gastar fortunas para obter, beneficiar, acondicionar, armazenar e transportar urânio; construir e manter unidades de geração de energia nuclear e acondicionar e depositar lixo nuclear (nem no fundo do mar e nem no Raso da Catarina) ou em qualquer outro lugar do Nordeste do Brasil e do Mundo.
Não queremos Energia Nuclear nem para nossa geração, nem para as do futuro, pois nunca será totalmente segura e em casos de acidentes: MATA quem está próximo, torna regiões inteiras inabitáveis, pois causa graves danos à saúde de todos os seres vivos e contaminam todo planeta.
Mesmo gastando muito dinheiro, não há como descartar de forma segura o lixo nuclear, que se manterá radioativo por milhares de anos.
Faça parte desta luta pela continuação da vida no Planeta. Assine a lista de adesão a esta campanha no site www.agendha.org.br.
23 de fevereiro de 2012.

Junte-se a nós!

Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (AGENDHA); Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas (CAATINGA); Comissão Pastoral da Terra (CPT); Conselho Pastoral dos Pescadores do Nordeste (CPP NE); Conselho Pastoral dos Pescadores da Bahia (CPP/BA); Fórum Territorial de Itaparica PE/BA; GEDMA/FASETE; COMSEA/PA; CMDM/PA; Conselho Regional de Turismo - Região dos Lagos e Cânions do São Francisco (CRTur); Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ); Instituto Mata de Cipó; Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA); Instituto, Sociedade, População e Natureza (ISPN); Loja Maçônica Liberdade e Glória nº 4033; Loja Maçônica União do São Francisco nº 75; Mix Decorações Ltda; Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA/AL, SE); Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST/PE); Núcleo de Estudos em Povos e Comunidades Tradicionais e Ações Socioambientais (Nectas/UNEB); Organização para Conservação do Meio Ambiente (ECO); Prefeitura Municipal de Glória/BA; REPENSAR; Pólo Sindical do Submédio São Francisco - PE/BA; Associação dos Professores Licenciados da Bahia (APLB); Associação Comunitária de Artesanato de Malhada Grande (ACAMG); Associação das Mulheres Rurais do Sitio Macaúbas (AMRSM); Associação de Artesanatos do Sertão Pernambucano (AASP); Associação de Artesões de Paulo Afonso (AAPA); Associação de Artesões de Santa Brígida (AASB); Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidária da Região Sisaleira (APAEB); Associação de Moradores do Distrito Novo Horizonte (AMDH); Associação de Mulheres Artesãs Quilombolas Serra das Viúvas (AMAQUI); Associação de Reciclagem de Paulo Afonso (ARPA); Associação dos Artesãos de Santa Brígida/BA; Associação dos Artesões em Couro de Tilápia - Estação Cangaço; Associação dos Moradores e Agricultores do Sitio Correntinho (AMASC); Associação Quilombola de Conceição das Crioulas (AQCC); Associação Renascer de Produtos Artesanais de Doces do Municipio de Olho D'Agua do Casado Doces Casadenes; Carnauba Viva; Conselho Municipal de Meio Ambiente de Paulo Afonso/BA; Conselho Municipal de Segurança Alimentar de Paulo Afonso/BA; Cooperativa Agropecuaria Familiar de Canudos Uaua e Curaçá (COOPERCUC); Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (COOPES); Cooperativa dos Criadores de Caprinos e Ovinos (COOPERCAPRI).

Há um ano, em 24/03/2011,

Construção de usinas nucleares no Nordeste pode ser revista
Enviado por Agostinho Vieira -  24.03.2011

O acidente nuclear ocorrido há duas semanas na Usina de Fukushima, no Japão, voltou a colocar em pauta, em todo o mundo, a segurança das usinas nucleares. E, no Brasil, alguns governadores do Nordeste decidiram reavaliar se a região deve receber uma das quatro novas usinas que o governo
federal pretende construir no país até 2030.
- Quem é que vai, em meio à atual discussão, dizer  eu quero agora uma usina nuclear para o meu estado. Só se for idiota. E eu não sou idiota -  disse o governador do Piauí, Wilson Martins (PSB).
Martins fez questão de frisar que "não recuou" da disputa com outros estados nordestinos cotados para abrigar uma das usinas, mas deixou claro que o projeto a cargo do Ministério de Minas e Energia deve ser repensado.
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), também já havia mencionado, em nota, a necessidade de o país rediscutir a expansão da matriz nuclear com segurança.
- A pretensão do estado de Sergipe em disputar a instalação de uma usina no nosso território pressupõe garantias plenas de segurança das instalações. Sem essas garantias, não há como defender tais empreendimentos - afirmou o governador, cuja preocupação recebeu o apoio inclusive do setor produtivo sergipano.
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também tem repetido que a população pode ficar tranquila pois qualquer decisão quanto à instalação de novas usinas deve demorar ao menos quatro anos, tempo suficiente para que os aspectos de segurança sejam discutidos. A cidade pernambucana de Itacuruba, a 460 quilômetros da capital, Recife, foi apontada pela Eletronuclear como uma das melhores opções para a instalação de uma usina nuclear no Nordeste.
Na terça-feira, o ministro da Ciência e Teconologia, Aloizio Mercadante, assegurou que o Brasil não tem pressa para construir novas usinas e, quando isso ocorrer, será muito mais rigoroso na questão da segurança das novas instalações, em conformidade com os novos padrões adotados internacionalmente após a tragédia japonesa.
O Brasil tem duas usinas nucleares em operação, Angra 1 e Angra 2, ambas administradas pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. Angra 3 está em fase de construção. Ontem, quando perguntado se o governo brasileiro pode desistir de construir as quatro novas usinas, o presidente da Eletrobras, João da Costa Carvalho Neto, disse apenas que a decisão cabe ao Conselho Nacional de Política Energética e à Presidência da República. (Fonte/ Agência Brasil).

Postado pelo professor Fernando

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