Corrupção no Brasil.










SÃO PAULO - O secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, tentou tranquilizar hoje os dirigentes petistas sobre as sucessivas crises no Planalto, que já culminaram com a queda de dois ministros: Antonio Palocci (Casa Civil) e Alfredo Nascimento (Transportes). O ministro não negou, no entanto, que o governo também vá investigar as denúncias de corrupção no Ministério da Agricultura. Demitido do governo, Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), acusou o PMDB e o PTB de lotearem o ministério.

- Tenha certeza de uma coisa: a presidenta, de praxe, nos orienta para que nenhuma denúncia fique sem averiguação ou da CGU (Controladoria Geral da União) ou de algum orgão de controle interno. Tudo isso vai ser verificado. Sobre o caso concreto, eu não quero falar ainda - disse o ministro.

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Reunido com líderes da chapa de maioria do PT, a "Partido que Muda o Brasil", Carvalho afirmou que a chamada faxina da presidente Dilma Rouseff não é uma "caça às bruxas", mas que o governo deverá "ir para cima" dos casos de denúncia de corrupção. Ele também afirmou que a presidente não tem agido na esteira das denúncias feitas pela imprensa.

- Nessa questão do Palocci e do Alfredo não tem clima de caça às bruxas, mas é um clima de ir para cima, de cobrar sempre que houver algum tipo de erro. Eu demonstrei, contando como foi a história de bastidor do Alfredo, que em momento algum ela simplesmente acreditou numa reportagem e demitiu o ministro. Não foi isso. Foi um processo muito cuidadoso - disse ele, que concluiu: - Foi da iniciativa dele entregar a carta (de demissão). Fomos pegos de surpresa no Planalto.

Para o ministro, a presidente "emitiu um sinal para todos os partidos":

- Não tem predisposição de ninguém ou qualquer tipo de vontade de fazer uma varredura geral. Isso não existe, o que existe é um cuidado para que o governo de fato otimize seus recursos e qualquer ato de corrupção não será tolerado.

Carvalho tentou também afastar a ideia de que exista um apartamento entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou da presidente com os movimentos sociais. Para ele, essas imagens "não são reais":

- Eu disse a eles (petistas) que, de zero a 100, eu aposto que é zero a possibilidade de haver uma crise entre a presidente Dilma e Lula. Porque é impressionante: tenho sido testemunha privilegiada dessa relação, e sei do cuidado que o Lula toma de não dar nenhum passo que possa interferir na imagem do governo sem consultá-la. E também, da parte dela, uma noção de como Lula pode ajudar em um monte de coisas sem isso que constitua qualquer ameaça à autoridade dela. Eles tem uma relação muito especial.

O ministro aproveitou o encontro com as lideranças do grupo majoritário do PT, do qual fazem parte o ex-presidente e a própria Dilma, para negar que exista um afastamento da presidente com o partido e os movimentos sociais:

- Comecei falando do governo Dilma, de algumas imagens que vão se formando de uma presidenta que não dialoga com o partido ou que tem mais dificuldade do que o Lula de dialogar com os movimentos sociais. O diálogo com os movimentos sociais só aumentou neste tempo (os sete meses do governo). O presidente (do PT) Rui Falcão tem conversado mais com ela do que os outros presidentes conversaram com o Lula.



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